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ACALANTO



Quando eu falo com todo o meu corpo:

- Deus eu tenho bocas a alimentar!

A morte vai correndo beber água,

deixando meu corpo tenso esfriar.

 

Em união corporal, boca, olhos, mãos

Expressam-se com a lógica pura dos sentidos unidos.

Verdade exaltada dos sentimentos.

Por um momento,

a simplicidade aparece em toda a sua confusão,

histérica desordem.

A união corporal mostrando a desunião visceral.

 

Morte vá embora!

Deixe-me em paz!

Nem é o fato de não poder mais existir que me assusta,

é o de eu nunca mais poder ver os que de mim necessitam.

Quando ela circula,

a saudade me come a medula.

Um frio quente me toma os pés.

Deus, eu tenho filhos para amar.

Pessoas:

bebês esfomeados que precisam dos outros.

 

Como posso dar conta das contas humanas.

tenho que dormir um pouco.

Não há chance.

Não há a menor chance.

Obrigação é obrigação.

O amor é obrigação.

 

Cuido para poder ser cuidada.

E quando odeio também posso ser odiada.

Espero efeitos de espelho

e ganho multiplicação.

Diferenças, mínimas porcentagens genéticas,

um caminhão de diferenças.

Falta de comunicação.

 

“Vamos caminhar na praia,

eu vou te mostrar o mundo,

o meu, o teu,

dá-me a mão.”

A natureza que espere

aquele sôfrego minuto,

onde os animais resfolegam

assustados com os corpos se unindo.

Sintonia.

 

“Bebê, para de chorar.”

“Deita aqui mamãe vai te ninar.”





CALEIDOSCÓPIO 1998

CAPÍTULO: PEQUENAS FACES

 

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renata pignaton autora livro de poema ciclos.webp

Ciclos é uma poesia inteira que retrata a trajetória de uma mulher ao longo das diferentes fases de sua vida, observando em detalhes, àquilo que a cerca e questionando os enigmáticos paradoxos da própria vida.
 

SAIBA MAIS

CICLOS

Uma jornada pela alma humana através da poesia

“Ciclos” é um convite à reflexão sobre a própria vida e sobre a importância de se olhar com sinceridade e compaixão, bem como de enxergar o outro com empatia e respeito.

Para a autora, a poesia e a música são seu oxigênio. Sem eles, não seria possível existir, não seria possível viver.Esse livro é uma obra singular que promete emocionar e inspirar os leitores em sua própria jornada.

Ao contrário dos livros de poesia comuns, essa obra se apresenta como uma narrativa poética contínua, desde sua primeira estrofe até a última.

Através de versos intensos e tocantes, a autora explora os diversos dilemas existenciais, relatando suas experiências, dúvidas, inseguranças, medos, mas ao mesmo tempo se fortalecendo de uma força interior, que pode ser chamada de AMOR, que pode ser chamada de DEUS.

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