PRIMEIRA
- Renata Pignaton

- 2 de nov. de 2023
- 1 min de leitura
Atualizado: 20 de abr. de 2024
Mente embotada
que ócio criativo doudo
tomo ópio para andar pra trás,
mas persisto em caminhar como bússola
translúcida, quase nua, quase crua.
Caso mutante de lentes ocas
Vista grossa faço à beça, não nego
Caso aparente de incompetentes louças
e o pior, uma touca de lã no pé
não esquento mais.
Saio a assobiar para sapatilhas
uso palmilha para manter o passo
dou duro, fumo um maço, dou três tragos
Quero, não nego, também não reconheço
Acho que mereço, acho que esqueço, acho que padeço.
Pertences brancos na parede da casa
almirantes: avistando a terra do mar
e o meu andar?
Ando para frente, sim, agora sim,
mas não nego, também não reconheço
que mereço pitadas de atenção, um eixo.
E com afino paro no ante fim
de propósito, sem ter que esgotar meu depósito
sem comer as sapatilhas, para manter o passo
e persistir em caminhar como bússola
Em frente! Mente embotada calada na lua.
SOB UM QUINHÃO DE VENTO 2002
CAPÍTULO: E UMA MUDANÇA DE ABRIGO






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