Buscar
PARA UM POETA
- Renata Pignaton

- 18 de jan. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 20 de abr. de 2024
Dizia-se que era manso
Desses que tomam pinga por alívio
Suas fantasias eram pudicas, reprimidas
Tinha daqueles tons de voz de acalanto.
Falava com árvores, pássaros e vizinhos do mesmo jeito
Era homem de direito e por direito conquistou
o que era seu: o destino acabrunhado
aquele que lhe revelou a formosura de sua loucura
Escondido atrás de sua prosa encontrou-se a poética
o lirismo, de seus devaneios, poemas sem freio,
que lhe devolveram a lucidez embriagada da lua,
onde ele por começo habitava, na brancura,
na pureza leitosa de sua infância remota
e que não fora mais buscar nas faces a porta.
SOB UM QUINHÃO DE VENTO, 2001
CAPÍTULO: HOMEM-AGENS






_edited.png)





Comentários